Um som lindo estridente e cheio de harmonia, era assim que chegava aos meus ouvidos a 5:48 da amanha de um domingo. Eles brigavam por espaço, falo de dois pássaros que ao longe eu ouvia enquanto tentava imaginar que horas seriam e porque em nome de Deus eu estava acordando. Um já estava lá com seu canto conhecido por mim, provavelmente na fiação da minha energia, vendo o sol nascer e a cada segundo que o rei subia ao céu ele dava honra aquele espetáculo. "Que lugar privilegiado me encontro1!" pensou ao soltar um sonoro "piu!". Derrepente com um canto nunca ouvido por mim, que sou a locutora e ouvinte dirária, um novo som chega em meus ouvidos, imagino um ser pequeno com o peito redondinho imponente e a cada nota que solta, o passarinho ali presente se sente envergonhado e se afasta, mas ele continua o seu canto com uma ou três notas a mais que o coitado que só queria ver a luz do sol surgir naquele domingo. Pensando a possibilidade de paz ele pula pro fio um pouco mais longe mas o metido não se contenta e vai atras... meu Deus como ele é insistente digo a mim enquanto um sorriso sai dos meus lábios ainda com o corpo sob a cama pensando em correr e ver essa briga de pequenos, mas a preguiça é ainda maior. Novamente escuto não um piado, não uma nota musical, mas um som totalmente destrambelhado de alguem que só quer um espaço no fio entre os dois que ele já considera melhor amigo, ele chega, nada sorrateiro, mas barulhento sem canto, mais gritos alto e muito alto e enfim a briga por espaço se acaba com esse pássaro atrapalhado que queria apenas cantar junto com os outros, mas que sem espaço para sua diferença extrema, minimamente repele aqueles que seriam uma possível amizade real. Qualquer semelhaça é um mero canto de pássaros a 5 da manhã.
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