Fique a vontade, pegue seu café e servia-se de "historias""

A arte da vida consiste em fazer da vida uma obra de arte. (Mahatma Gandhi)

quinta-feira, outubro 10, 2024

Trocando válvula do coração.

 

Raika trabalha em um escritório de uma oficina de manutenção de motores mecânicos. Em dia comum de trabalho  um dos clientes estava com tempo de sobra  e ficou aguardando o desentupimento de cameras do motor junto com o carro, lá fora na recepção encontrava-se a mulher impaciente do cliente, afinal era apenas um carro para todos da família. Apesar de ela ter prometido que ela o acompanharia,  não estava suportando a ideia de ter que ficar ali o dia inteiro. 

Faz parte do alinhamento e tratamento do cliente (carro) colher um pouco da historia, mas o cliente se sentiu a vontade para dividir com Raika o que andava acontecendo. O fato de não poder fumar no ambiente foi o que deu inicio da conversa. 

Em um dialogo amistoso eles trocaram experiencias onde ela descobriu que ele fumou 4 maços de cigarro por dia, apesar de ser bizarro, o motivo principal foi a depressão que o despedaçou. Após uma queda brusca de peso, ele teve um aumento significativo também. Conversaram animosidades e relatos da vida. Ele deixou claro o quanto amava a família, a esposa e que apesar de ter animais de estimação estava disposto a não ter mais já que a mulher não tinha afinidades pelos animais. 


Com o carro finalmente pronto, Raika o acompanhou ate a esposa e teve uma péssima surpresa, antes que terminasse  de dizer sobre os cuidados com o novo motor, a esposa, já esbravejava como se o culpado do motor estar velho e gasto era apenas dele, utilizando de um tom maldoso e dolorido. Raika viu nos olhos do cliente o amor e a insatisfação unidas. E as palavras " ta vendo a ajuda que eu tenho" a fez refletir varias questões pessoais: Cuidar de si ou cuidar do bem material adianta quando se tem companheiro que você não tem como "contar"? Vale a pena se livrar de uma depressão e abraçar a ansiedade? Como ser uma boa esposa é estar além de aportar o dedo na cara de alguém? 

Nesse momento ela se lembrou e olhou para dentro de si, pensou quantas e quantas vezes seu marido precisou dela e ela foi indiferente? Quantas vezes a doença dele pareceu algo tão insignificante pra ela? Após refletir sentiu vergonha de todas as vezes que ela foi igual aquela pessoa e como estar presente e vivenciar a situação fez ela refletir e não querer ser assim nunca mais.  

 

 

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