Porque ler?–Part 2

Segue uma reportagem que encontrei e é legal para conhecimento.

Bjinhos

http://revistapaisefilhos.com.br/revista/edicoes/na-cabeceira-do-berco

Leia para o seu filho antes mesmo de ele nascer

Já pensou em ler para o seu recém-nascido? Pode ser muito bom!

Talvez nunca tenha passado pela sua cabeça ler um livro para um recém-nascido. E muito menos para o bebê que ainda nem saiu da sua barriga. Não importa se ele não entende o significado das palavras, os benefícios vão muito além disso.
por Mariana Setubal, filha de Paulo e Cidinha
Você está sentada ao lado de um berço, num quarto quase escuro, lendo em voz alta um conto de fadas que adorava quando pequena. Na sua frente, um bebê de olhos arregalados parece não entender nada e estar pensando: "quem é essa louca falando sem parar?" Bom, ele pode não estar entendendo nada mesmo. Ou pode até estar entediado com essa história sem pé nem cabeça.
Para melhorar a situação, você poderia estar segurando seu bebê no colo e mostrando para ele as imagens, sons e texturas de um livro feito mesmo para bebês. Mas de um jeito ou de outro, o que importa é que você está introduzindo seu filho no mundo dos livros e dando o primeiro passo para ele se tornar um leitor.
Sim, porque o bebê pode até não entender nada da história, mas está ouvindo palavras – o que por si só já é um grande passo para o desenvolvimento da linguagem daqui alguns meses. Além disso, você o está familiarizando com esse objeto – o livro – e mostrando quantas coisas tem dentro desse novo “brinquedo”. Outro ponto importante é se aproximar do seu bebê. Com ele no colo, ouvindo as histórias, ele sente seu cheirinho, abraça, cria um vínculo forte de carinho e calma, que nem sempre está presente nas brincadeiras.
Não tem idade para começar a ler para um bebê. Você pode começar desde a gravidez. A partir dos 6 meses de gestação, o bebê já pode ouvir o que a mãe diz. Um estudo publicado na revista Science em 1986 mostrou que os recém-nascidos preferiam as histórias que eram contadas pelas mães, antes deles nascerem, do que histórias que nunca tinham ouvido. Mesmo de dentro da barriga, pesquisas conseguiram avaliar o interesse dos bebês pela fala da mãe por meio dos batimentos cardíacos. A mesma frase ou a mesma rima repetida várias vezes fazia a taxa de batimentos deles desacelerarem, o que indica atenção – eles paravam de se mexer para ouvir.
Fala de mãe
Depois que se tornou mãe, você adotou um padrão de fala com o bebê bem mais alto que o comum e com sílabas mais longas. Parece ridículo, mas isso é instintivo e faz bem para o seu bebê. A “Fala Materna” o ajuda a escutar melhor, graças ao volume mais alto e palavras ditas mais lentamente, com destaque para as vogais.
A modulação de voz faz com que a criança preste mais atenção numa história contada. Imitar os personagens, fazer os sons dos animais, interpretar a narração faz tudo ficar mais interessante, claro. Mas depende também do seu objetivo. Se você está lendo uma historinha na hora de dormir, uma voz baixa e calma é a melhor opção. “A leitura pode ser antes da hora de dormir, para relaxar, ou na hora da brincadeira, com uma história mais agitada”, explica Sonia Jardim, mãe de Joanna e Antonia, e presidente do Instituto Pró-Livro. “A voz suave, os sorrisos, a cumplicidade entre leitor e ouvinte são importantes”, completa.
Quando o bebê não mostra interesse, além das vozes e sons, é importante usar as imagens. Existem muitos livros bons para bebês, com ilustrações grandes e coloridas, texturas, pop-ups. Não tenha medo que seu filho rasge as páginas ou morda o livro – este tem que ser encarado também como um brinquedo.  Existem também as opções em plástico, para o banho, ou em tecido, que podem ser virados e revirados sem estragar. Ele deve fazer parte do mundo da criança de forma natural. “O livro nessa idade é um dos objetos a ser lido”, acredita Ivani Nacked, mãe de Rafaela, diretora geral do Instituto Brasil Leitor.
Outra forma de atrair as crianças para as histórias é cantando, usando rimas e travalínguas. Elas trabalham o ritmo e cultivam a cultura oral, daquelas canções que aprendemos com nossos pais e avós. “As cantigas tradicionais são histórias, como a do cravo que brigou com a rosa. A cantiga também é uma narrativa”, explica Tania Rosing, mãe de Cassiano e Ilana, e autora do livro Bebelendo (Ed. Global).
Talvez você esteja mais acostumado a inventar histórias. Deixar a imaginação solta para criar personagens e narrar ao filho, mudando o rumo conforme seu interesse. Isso também é ótimo, mas as linguagens da história inventada e do livro são bem diferentes. “Num livro, o Ziraldo escreveu ‘o vento ventava nela’. Se você for dizer, vai dizer que o vento bate na janela. Quando você conta, coloca a linguagem falada, cheia de desvios. Faz sentido que a criança se acostume a ouvir a frase já com uma outra finalidade, que é diferente do que ela fala todos os dias”, explica Tania.

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