Link da entrevista, clique aqui vai: Entrevista do bem
Ontem foi um dia especial para mim. Infelizmente em 2024 foi um ano que teve 3 casos de feminicídio em minha cidade, o que mobilizou um grupo de amigas e elas incentivada por uma em especial a criar um evento social não partidário na qual iria abordar o tema: Movimento Mulher Livre. Quem me acompanha no canal do YouTube sabe que eu já havia em sentido mal com o caso Angela Diniz x Doca Street. E me coloquei à disposição de mim mesma e disse vou cobrir esse evento e vou fazer entrevistar e vou participar de um movimento social a primeira vez na vida. E lá fomos nos.
Precisava de uma cinegrafista e já coloquei o meu filho para trabalhar comigo. O incentivo ainda é o trabalho de extensão que tenho que apresentar na faculdade, mas vamos dizer que isso foi mais uma desculpa para que eu não perdesse o evento. Mas existe uma ladinho que me dizia: “Poxa, você tá de férias e não tem dinheiro para o ônibus!” E o outro dizia: “É isso que você quer para o futuro?, pessoas se respeitando e seu filho seguro num mundo melhor, então levanta e vai a pé!”.
O dinheiro do passe não tinha, mas usei o que eu tinha e fui, sabendo que voltaríamos andando, então nos monimos de água salgadinho e animação. Com as perguntas escritas em um papel, me lancei em meio a pequena aglomeração de pessoa que se formava na praça.
Aprontamos os microfone (que gentilmente minha sobrinha comprou parcelado para mim) pequei meu papel e uma caneta e comecei a olhar em volta e pensei em quem não falaria não para mim. Mas o que mais me chamou a atenção da primeira entrevistada não foi se ela ia me dar um não ou não, mas a coragem de escrever em um singelo cartaz a frase: “Eduquem os meninos!”. Sou mãe de um futuro adolescente e eu precisava conversar com ela. E que surpresa boa que ao perguntar se ela poderia ser minha primeira entrevistada, ela me devolveu que sim e ao perguntar a profissão ela falou sou RP. Logo sorri e fiquei feliz.
Depois dessa feliz coincidência, me motivou a falar com mais pessoas, conversei com professoras, autônomos, empresários, operadores, vereador e comigo mesma. Pois para cada pessoa que ali estava, e tirava uma foto ou fazia as perguntas eu percebia que somos diferentes, sim, mas quando é para uma causa nobre e justa somos exatamente iguais: humanos.
Me deixou em êxtase, que voltar para casa a pé com meu filho não foi um sacrifício, mesmo com aquele céu azul tintilando nas nossas cabeças, afinal viemos conversando no caminho o que é em si um feminicídio e como isso pode prejudicar a humanidade.
Foi um sábado, e tanto, me descobri mais mulher, mais nordestina e mais humana do que nunca. Que sujam mais experiencias sensíveis como esta!